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Comissão da Verdade vai investigar Operação Condor


Cinquenta mil mortos, 30 mil desaparecidos e 400 mil presos. Esses são números estimados provocados pela Operação Condor, uma aliança político-militar entre os governos autoritários do Brasil, da Argentina, do Chile, da Bolívia, do Paraguai e do Uruguai que atuou durante a ditadura militar nesses países latino-americanos. 

Agora, a Operação Condor será investigada no Brasil. A Comissão Nacional da Verdade baixou resolução, publicada no Diário Oficial da União do último dia 25, criando um grupo de trabalho para apurar as atividades iniciadas em 1975, em plena ditadura militar. Pelo que foi apurado até o momento, com dados dos atuais governos dos países envolvidos, calcula-se que, apenas nos anos 1970, o número de mortos e "desaparecidos" políticos tenha chegado a aproximadamente 290 no Uruguai, 360 no Brasil, 2 mil no Paraguai, 3,1 mil no Chile e 30 mil na Argentina - a ditadura latino-americana que mais vítimas deixou em seu caminho. 

Para a deputada Érika Kokay (PT-DF), integrante da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a intenção de aprofundar as investigações sobre a Operação Condor é fundamental para dimensionar o que ocorreu durante os anos de exceção no Brasil. "Não teremos condições de compreender a ditadura brasileira se não desnudarmos a Operação Condor, em que as fronteiras foram alargadas não para promover o desenvolvimento do País, mas para permitir que assassinatos fossem praticados de forma completamente livre", argumentou a petista. 

O grupo de trabalho será presidido pela advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, que faz parte da Comissão Nacional da Verdade. A determinação é esclarecer os fatos, as circunstâncias e os autores dos casos de graves violações, torturas, muitos desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres durante a Operação Condor. Não há fixação de prazos nem períodos para a conclusão dos trabalhos. Para integrantes da Comissão Nacional da Verdade, o grupo de trabalho poderá apurar alguns episódios polêmicos da história nacional, como as mortes dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos em 1976, durante a vigência da Operação Condor. Goulart governou o Brasil de 1961 até ser deposto pelo golpe militar de 1964. Ele morreu em dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. No caso de Kubitschek, a comissão recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Minas Gerais (OAB-MG) um relatório contestando a versão sobre a morte dele em consequência de um acidente de carro. 

(Fonte: Agência Brasil e PT na Câmara)
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ENFP Disponibiliza Materiais para Plenárias de Novos Filiados



Uma das grandes inovações do IV Congresso do PT realizado em setembro de 2011 foi a aprovação da obrigatoriedade da participação do novo ou nova filiada em uma atividade de formação como parte dos requesitos necessário para a homologação de sua filiação. Agora a Escola Nacional de Formação, responsável por subsidiar o conteúdo dessas atividades, dá um novo passo em direção a construção de um partido de massas que segue em processo constante de diálogo e formação da sua base.
A filiação ao PT é o momento de conhecer melhor o nosso partido, nossa história e nosso programa político. É também a hora de saber como o PT funciona e como participar dele, de saber quais são os direitos e deveres da filiada e do filiado petista.
Para isso, a Escola Nacional de Formação do PT – ENFPT produziu um caderno e um vídeo que tem como objetivo apresentar o Partido dos Trabalhadores e que deverão ser utilizados nas plenárias de formação que serão organizadas e conduzidas pelas Secretarias de Formação e de Organização do PT nos estados e municípios. O caderno impresso será distribuído pelos diretórios. A versão eletrônica do caderno e o vídeo estarão disponíveis para acesso no Portal da Escola -www.enfpt.org.br
Links:
(Escola Nacional de Formação Política/PT)
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Dilma Sanciona Lei sobre Pena para Crimes de Milícias e Grupos de Extermínio


Os crimes relativos a grupos de extermínio, milícias, organizações paramilitares e esquadrões serão punidos com mais rigor, com pena que pode chegar a oito anos de detenção. A lei ampliando a pena foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e está na edição desta sexta-feira no Diário Oficial da União. O Artigo 2º do texto determina que a pena será aumentada em um terço até a metade, se o crime for praticado por milícia privada, sob "o pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio". A pena mínima é quatro anos e a máxima, oito. Atualmente, a pena é de um a três anos. Pelo Código Penal, a associação de mais de três pessoas para cometer crimes é denominada quadrilha.

O Artigo 288 do texto publicado hoje no Diário Oficial da União detalha em que consiste o crime: "Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes (previstos no Código Penal)", diz.

No começo deste mês, o plenário da Câmara aprovou o projeto de lei que tipifica o crime de extermínio e penaliza a constituição de grupo de extermínio, milícia privada ou esquadrão, assim como a oferta ilegal de serviço de segurança pública e de patrimônio, aumentando a pena para homicídio relacionado a esses casos em um terço e até a metade. O projeto passou pelo Senado e foi à sanção presidencial.

A proposta foi elaborada a partir de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigou as ações de grupos de extermínio e milícias privadas na Região Nordeste do Brasil. A ideia é limitar também a ação dos responsáveis por chacinas, nas quais são mortos civis, autoridades públicas, policiais e dissidentes de quadrilhas, além de testemunhas de crimes.
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Lançamento do "Juventude Viva" e Manifesto Pelo Fim dos Massacres


O que há em comum entre os nomes  abaixo?

Carandiru, Acari, Matupá, Candelária, Vigário Geral, Alto da Bondade, Corumbiara, Eldorado dos Carajás, São Gonçalo, Favela Naval, Alhandra, Maracanã, Cavalaria, Vila Prudente, Jacareí, Caraguatatuba, Castelinho, Jd. Presidente Dutra, de Urso Branco, Amarelinho, Via Show, Borel, Unaí, Caju, Praça da Sé, Praça de Felisburgo, Chacina da Baixada Fluminense, Crimes de Maio, Complexo do Alemão, Morro da Providência, Canabrava, Vitória da Conquista, os Crimes de Abril na Baixada Santista, Praia Grande, Pinheirinho, Saramandaia.

O fato de que esses, que em geral eram apenas nomes de lugares, passaram a designar massacres, chacinas, desaparecimentos coletivos, todos perpetrados em pleno regime democrático e contra um grupo bastante específico da população: pobres, negros, jovens e do sexo masculino. De acordo com o Manifesto pelo Fim dos Massacres publicado pela revista Caros Amigos, ao longo de 10 anos (1998 a 2008), a cada três assassinatos, dois foram de negr@s.

Essa realidade nos faz atentar para necessidade de nos mobilizar em prol de um aparato policial que proteja nossa população ao invés de atacá-la e que atue de acordo com as prerrogativas contirucionais do Estado Democrático de Direito. Dentro deste contexto o lançamento do piloto do Plano Nacional de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra, o “Juventude Viva”, aponta para o reconhecimento do Estado brasileiro da problemática e do papel que precisa cumprir no combate a essa mazela.

O projeto foi lançado em Alagoas e será implementado em Maceió (cidade com o segundo maior indíce de homicídios do país), Arapiraca, Marechal Deodoro e União dos Palmares.  A meta do governo federal é, a partir da experiência inicial, estender a iniciativa para os 132 municípios mais violentos do país.

Entre as iniciativas a serem desenvolvidas estão a adoção, pelas escolas estaduais, de aulas em período integral; a criação de espaços culturais em territórios violentos e o estímulo ao empreendedorismo juvenil, principalmente quando associado à chamada economia solidária. O programa também prevê ações de capacitação dos profissionais que atuam com os jovens, especialmente dos policiais.

Convocamos a tod@s a divulgar e apoiar esta iniciativa do governo federal, bem como o Manifesto pelo Fim dos Massacres lançado pela Rede 02 de outubro.
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Nota da DNJPT Sobre Caso de Racismo Cometido no Âmbito da Caravana da JPT-DF


A Caravana da Juventude do PT-DF chegou em São Miguel do Oeste/SC no dia 13 de setembro, depois de passar por cidades de GO, MG e PR. A Caravana é composta por 10 integrantes (de várias etnias, credos e orientações sexuais), em sua maioria representantes da pasta de Políticas Públicas de Juventude do PT em cidades satélites do DF, que reservaram o mês de setembro para passar em vários municípios, firmando compromisso com os candidatos a prefeito(a) e vereador(a) com a Juventude, através da assinatura do Pacto pela Juventude, já que no DF o cidadão não tem direito de eleger o seu prefeito e o representante da cidade é indicado pelo Governador.

Na noite de sexta-feira (21), aconteceu a abertura da Festa das Etnias da cidade e os integrantes da Caravana que são negros foram convidados para fazer uma apresentação. Luís Henrique e o Luahn fizeram um stand-up chamado “Coisa de Preto”. Após uma semana na cidade, andando em uma van plotada com a logo da JPT, todos já nos reconheciam na rua. Movimentamos a campanha do candidato a prefeito nas redes sociais, que é o único prefeito ex assentado do país, e depois da apresentação dos meninos, ganhamos cortesias para o camarote do Show do Charlie Brown Jr, que aconteceria na mesma noite, com direito a conhecer a banda e tirar fotografias com eles no Hotel antes da apresentação. Inclusive a banda toda usava casacos e bonés com o número 13 estampado e brincaram bastante com o grupo, que estava adesivado com as melequinhas da Caravana e do PT com o número 13.

Logo depois, o grupo se encaminhou para o local do show e ao entrar na área VIP, uma parte do grupo foi para frente do palco e a outra, os negros, ficou no fundo, na parte mais afastada do palco. Neste momento um grupo de jovens da cidade (onde um deles é filho de uma candidata a vereadora pelo PSD, que é oposição na cidade, e tem uma produtora que é apoiadora da candidatura do adversário PMDB), começou a ironizar os meninos e um deles esbarrou no Luís Henrique, que levantou as mãos e disse que não estava lá para brigar e sim para curtir o show. Alguns segundos depois, um grupo de seguranças da empresa Patrimonial (cujo dono já foi candidato a vereador pelo PMDB e também é apoiadora do adversário), deu um choque no Luís Henrique que tinha acabado de abaixar as mãos. Ele virou e perguntou o que estava acontecendo e recebeu como resposta um questionamento: o que eles, PRETOS, estavam fazendo na área VIP? Ele mostrou que estava com a pulseirinha e levou novo choque com um questionamento de onde eles haviam roubado aquela pulseirinha. Outros seguranças se juntaram, num total de 8, e começaram a empurrar e bater nos meninos. Eles levantaram a mão novamente em sinal de rendição e disseram que não representavam perigo e que poderiam, mas não iriam oferecer resistência. Um segurança imediatamente deu uma gravata no Luahn, que é asmático. O Luís Henrique pediu para soltarem o Luahn, explicou que ele tinha asma e que era perigoso dar choque nele. Um dos seguranças imediatamente desferiu uma cacetada e choques, empurrando os meninos escada abaixo. Eles foram escorraçados da área VIP sob xingamentos de urubus, macacos, pretos safados e outras infinidades de ofensas.

Ao perceber a movimentação, Pedro, que é integrante da Caravana e é natural de São Miguel do Oeste, mas vive há quase 10 anos no DF, correu para socorrer os meninos, mas nesse momento o Luahn já estava desmaiado no chão. Ele foi até uns guardas da polícia militar que estavam no local, explicando o acontecido e exigindo que eles o acompanhassem para identificar os agressores. Os policiais se recusaram e quando o Pedro os chamou de preconceituosos e provincianos, ouviu voz de prisão por desacato à autoridade. Um outro policial veio intermediar a conversa e disse que se responsabilizaria pelo Pedro, orientando-o a abrir um boletim de ocorrência. Eles então aguardaram a chegada dos bombeiros para prestar os primeiros socorros ao Luahn, que ainda estava desmaiado. Depois seguiram para a Delegacia para prestar o depoimento e não foi possível fazer o exame de corpo delito, que só pode ser realizado na segunda-feira (24).

Em nenhum momento houve revide, nem contra ataque da parte dos meninos. O Luís Henrique inclusive trabalha em uma ONG que presta assistência a jovens em conflito com a lei e é lutador de Moi Tai há 15 anos, federado, poderia ter revidado, mas não revidou. O que aconteceu foi um MASSACRE, pelo simples motivo dos negros estarem na área VIP de um show, na área reservada para as elites. No Boletim de ocorrência ficou registrado como Injúria e Lesão Corporal Dolosa.

Juridicamente a injúria é crime contra a honra, que consiste em ofender alguém, proferindo contra a vítima palavras que atentam contra sua dignidade. A Lei entendeu que quando esta ofensa estiver relacionada com elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem, o crime de injúria merece uma punição mais grave, tornando-se qualificado, sendo prevista uma pena de um a três anos de reclusão. Mas o crime de injúria qualificada pelo preconceito é diferente do delito de racismo, previsto na Lei nº 7.716/89.  Enquanto na injúria preconceito é atribuída qualidade negativa à vítima, no racismo, a vítima é segregada do convívio social em razão de sua cor, raça etc. O crime de injúria preconceito é prescritível, afiançável e de ação penal pública condicionada (Lei nº 12.033/09). Já o racismo é imprescritível, inafiançável e de ação penal pública incondicionada.

Isto colocado, entendemos que o que aconteceu não foi injúria apenas, como pode ser evidenciado na diferenciação entre os crimes de Injúria Racial e Racismo. Apesar de todos os xingamentos recebidos, os meninos foram vítimas de RACISMO. Foram agredidos verbal, moral e fisicamente. Eles foram privados do direito de ir e vir. Foram vítimas de um crime que ronda o Brasil e se evidenciou nos golpes desferidos por causa da cor da pele em uma noite que era para ser de festa. E se o asmático tivesse tido um colapso com os choques, teria sido apenas mais um negro para as estatísticas. Já estávamos identificados na cidade e acreditamos que foi crime de racismo sim, mas também teve como agravante sermos do Partido dos Trabalhadores. Houve o preconceito pelos meninos estarem adesivados com a melequinha do PT e infelizmente ainda sofremos preconceito por levantar nossa bandeira. Mas principalmente, houve racismo. E o racismo é desumano e viola os direitos, impede a efetivação da cidadania e propaga a violência simbólica e física na vida das vítimas. No Brasil, de modo velado ou explícito, a aparência do negro sempre foi um fator de discriminação. Deveria haver uma punição mais severa àquele que pratica delito motivado em preconceito de raça, ainda que com uma mera ofensa, considerando os preceitos da nossa Constituição que, no seu art. 3º, determina que é objetivo do Estado “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Enquanto estamos cabisbaixos, ainda estarrecidos com a violência praticada, e esbarramos por eles andando pela cidade, disfarçam e desviam o caminho, na certeza do esquecimento e da impunidade.

Esta nota, além de narrar o acontecimento dos fatos, tem o intuito de ser um protesto, para que os meninos da Caravana não sejam apenas mais uns jovens negros vítimas da violência, já que o Brasil detém um dos maiores índices de mortes violentas entre a população jovem, sendo os negros e pardos as principais vítimas. Sabemos que há no Brasil o genocídio da Juventude negra e estudos divulgados pela ONU atestam que 70% dos jovens com idade entre 15 e 24 anos, vítimas de homicídio no Brasil, são jovens negros. São mortes evitáveis, embasadas no preconceito, no racismo. Mortes que viram estatísticas e que na maioria das vezes não vai para o jornal. O número não dói quando não é um amigo, um companheiro que você conhece. É um desconhecido que cai no senso comum de que é um bandido e bandido bom é bandido morto.

“A ideologia racista inculcada nas pessoas e nas instituições leva à reprodução, na sucessão das gerações e ao longo do ciclo da vida individual, do confinamento dos negros aos escalões inferiores da estrutura social, por intermédio de discriminação de ordens distintas, explícitas, veladas ou institucionais, que são acumuladas em desvantagens”. (Rafael Guerreiro, IPEA). Que nada mais é do que a institucionalização da violência racial há séculos.

Em pleno século XXI, onde oficialmente já faz 120 anos que ocorreu a Abolição, onde os direitos do cidadão constam na Constituição há mais de duas décadas, onde a Carta da Declaração Universal dos Direitos Humanos já tem mais de meio século, ainda se vê muitos brasileiros(as) negros(as) sendo diariamente vitimados pela violência, pelo preconceito e pelo racismo. Mas infelizmente este fato pode não provocar mais reação de indignação na sociedade, tampouco nas organizações de direitos humanos, porque todos evitam tocar na questão racial e até mesmo o Estado, que deveria ser imparcial no trato com o cidadão, mostra sua face racista, quando é seletivo na abordagem nas ruas e tem sempre o mesmo alvo: o negro. Os únicos expulsos do camarote foram os negros. Os únicos que levaram socos, cacetadas e choques foram os negros.
  
A Caravana ainda está muito abalada com tudo o que aconteceu. Nunca tínhamos vivenciado tão de perto uma situação de terror como esta, violência gratuita e banal. Mas Deus permitiu que nada de mais grave acontecesse e agora vamos nos preparar para lutar contra esta discriminação vil e cruel que vitima tantos(as) jovens negros(as) no Brasil e que poderia ter vitimado um dos nossos. Da luta não nos retiramos. Diante disso tudo, declaramos todo nosso repúdio à empresa Patrimonial, que fez a segurança do show e cometeu esta barbárie. Por isso declaramos que daremos continuidade ao processo criminal e esta empresa irá se responsabilizar pelo ato dos seus funcionários, tão despreparados. Não adianta mais denunciar o racismo apenas nas letras das músicas, nos poemas, nos grafites, nas redes sociais. Os racistas tem que responder criminalmente por seus atos.

Gostaria de registrar que desde a realização do exame de corpo delito, estamos sendo procurados por representantes da empresa, que nos pedem a retirada do B.O., alegando que tudo não passou de um mal entendido e gostariam de tentar chegar a um acordo. Eles alegam inclusive que se não for retirada a ocorrência, será muito complicado para o atual prefeito, que concorre à reeleição, já que nunca houve um fato desses na cidade e isso prejudica a atual gestão, que é do PT, que vai assumir a fatura. Eles inclusive disseram que se continuarmos com isso, o nosso candidato vai perder votos. Mas nós gravamos a última conversa com uma dessas pessoas, que sem saber que estava sendo gravado admite as agressões, os choques (ele alega inclusive que teve que dar a cacetada no Luahn porque era mais fácil fazê-lo descer as escadas desmaiado do que se debatendo) e esta ameaça política, mas acreditamos que com o apoio dos nossos companheiros nos manteremos firmes e afirmamos que não conseguirão nos calar ou nos intimidar. Agradecemos todo o apoio que recebemos.
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Projeto de Lei pelo Fim dos "Autos de Resistência"


A “resistência seguida de morte” ou os “autos de resistência”, são práticas disseminadas no Brasil e pouco regulamentadas. Constata-se que vários casos de homicídios genericamente denominados por essas expressões não são submetidos à devida apreciação do sistema de justiça com base na premissa de que não há o que se investigar diante da possibilidade de a vítima ter resistido violentamente a uma ação policial, contrapondo, assim, o Estado Brasileiro à sua própria Constituição e às regras internacionais de proteção aos direitos humanos das quais o Brasil é signatário.

Nota-se que a partir da classificação de um caso como “auto de resistência” ou “resistência seguida de morte” diversos pressupostos fundamentais de uma investigação eficaz deixam de ser adotados. Conforme relatam os profissionais que atuam com esta temática, a análise de inúmeros autos de inquéritos aponta que vários deles apresentam deficiências graves como a falha na busca por testemunhas desvinculadas de corporações policiais e a ausência de perícias básicas, como a análise da cena do crime.

Diante de uma situação em que estes homicídios convertem-se muitas vezes em execuções extrajudiciais sob as quais paira a impunidade, o deputado petista Paulo Teixeira apresentou no último dia 19 de setembro projeto de lei que prevê a garantia da preservação dos meios de prova em relação à perícia, à coleta, conservação e exame dos vestígios e a coleta da maior amplitude possível de elementos materiais aptos a permitir a correta e isenta apuração pelos órgãos do sistema de justiça, sempre que da ação dos agentes do Estado resultar ofensa à integridade física  de qualquer cidadão.

A proposta assegura ainda que não haverá mais uma tramitação específica de procedimentos que tenham como objeto central a resistência, sempre que esta tiver como resultado uma ofensa física ou morte, afastando assim, qualquer possibilidade de que uma eventual resistência de um cidadão a ordem legítima de autoridade pública prevaleça sobre eventual consequência letal da ação do agente público. Visando a ampliação do controle e da fiscalização sobre a atividade de segurança pública, de maneira eficiente e independente, de modo a diminuir excessos e garantir a responsabilização pelos atos que não esteja condizentes com as conquistas do Estado Democrático de Direito e com os anseios sociais pela redução da violência estatal e da letalidade de suas ações.

De acordo com a justificativa apresentada na Câmara, o PL surge a partir da comoção de diversos operadores do sistema de justiça, profissionais de segurança pública e da sociedade civil organizada, atentos à necessidade de correta apuração de casos envolvendo letalidade no emprego da força estatal. 

Fonte: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=556267
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Grupo de Trabalho do Araguaia retoma buscas por desaparecidos da Guerrilha


O Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) reiniciou as buscas por restos mortais de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, em Xambioá (TO). A expedição segue até o dia 19 de setembro. As atividades serão acompanhadas por uma equipe técnica pericial, além de familiares de mortos e desaparecidos da guerrilha e representantes do Ministério Público Federal (MPF). Esta é quarta expedição realizada este ano pelo GTA na região.

Nesta expedição as buscas prosseguirão no cemitério de Xambioá. No total, serão três frentes de trabalho, todas definidas a partir de informações coletadas por ouvidores do GTA,  moradores da região e pessoas que vivenciaram a guerrilha. Para este ano ainda está prevista a realização de mais uma expedição, que deverá ocorrer entre os dias 14 e 26 de outubro,  antes do início do período das chuvas na região. 
Na última expedição, que ocorreu entre os dias 5 e 15 de agosto, foi exumado um resto mortal e encaminhado ao IML de Brasília para a continuidade das análises periciais. 
Os trabalhos de busca e localização são realizados desde a década de 1990. Até agora  foram exumados na região 24 restos mortais. Todo o material colhido passa por exames antropométricos e por extração de DNA. Após a perícia eles são armazenados no Hospital Universitário de Brasília.
No início de 2012 peritos do GTA estiveram nos Estados Unidos para identificar novas técnicas de extração de DNA de material genético degradado, aperfeiçoando, assim, os trabalhos da equipe.
Grupo de Trabalho do Araguaia - O GTA, reformulado em maio de 2011, é coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e pelos Ministérios da Defesa e da Justiça. As pessoas que tiverem quaisquer informações relacionadas à guerrilha do Araguaia ou sobre possíveis locais onde teriam sido enterrados os guerrilheiros devem ligar para o Disque Direitos Humanos (Disque 100). As ligações são gratuitas, podem ser feitas de qualquer telefone e não há necessidade de identificação.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à regime militar. Até hoje, dezenas de militantes da guerrilha estão desaparecidos. Em 2009, a juíza da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, Solange Salgado, determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na região, dando continuidade ao trabalho iniciado pelos familiares dos desparecidos e pelo Grupo de Trabalho de Tocantins - GTT.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do GTA
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Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura


"Quem não reagiu está vivo", disse o governador de São Paulo ao defender a ação da Rota na chacina que matou nove supostos bandidos numa chácara em Várzea Paulista, na última quarta-feira, dia 12. Em seguida, tentando aparentar firmeza de estadista, garantiu que a ocorrência será rigorosamente apurada.

Eu me pergunto se é possível confiar na lisura do inquérito, quando o próprio governador já se apressou em legitimar o morticínio praticado pela PM que responde ao comando dele.

"Resistência seguida de morte": assim agentes das Polícias Militares, integrantes do Exército e diversos matadores free-lancer justificavam as execuções de supostos inimigos públicos que militavam pela volta da democracia durante a ditadura civil militar, a qual oprimiu a sociedade e tornou o país mais violento, menos civilizado e muito mais injusto entre 1964 e 1985.

Suprimida a liberdade de imprensa, criminalizadas quaisquer manifestações públicas de protesto, o Estado militarizado teve carta branca para prender sem justificativa, torturar e matar cerca de 400 estudantes, trabalhadores e militantes políticos (dos quais 141 permanecem até hoje desaparecidos e outros 44 nunca tiveram seus corpos devolvidos às famílias --tema atual de investigação pela Comissão Nacional da Verdade).

Esse número, por si só alarmante, não inclui os massacres de milhares de camponeses e índios, em regiões isoladas e cuja conta ainda não conseguimos fechar. Mais cínicas do que as cenas armadas para aparentar trocas de tiros entre policiais e militantes cujos corpos eram entregues às famílias totalmente desfigurados, foram os laudos que atestavam os inúmeros falsos "suicídios".

HERZOG

A impunidade dos matadores era tão garantida que eles não se preocupavam em justificar as marcas de tiros pelas costas, as pancadas na cabeça e os hematomas em várias partes do corpo de prisioneiros "suicidados" sob sua guarda. Assim como não hesitaram em atestar o suicídio por enforcamento com "suspensão incompleta", na expressão do legista Harry Shibata, em depoimento à Comissão da Verdade, do jornalista Vladimir Herzog numa cela do DOI-Codi, em São Paulo.

Quando o Estado, que deveria proteger a sociedade a partir de suas atribuições constitucionais, investe-se do direito de mentir para encobrir seus próprios crimes, ninguém mais está seguro. Engana-se a parcela das pessoas de bem que imaginam que a suposta "mão de ferro" do governador de São Paulo seja o melhor recurso para proteger a população trabalhadora.

Quando o Estado mente, a população já não sabe mais a quem recorrer. A falta de transparência das instituições democráticas --qualificação que deveria valer para todas as polícias, mesmo que no Brasil ainda permaneçam como polícias militares-- compromete a segurança de todos os cidadãos.

Vejamos o caso da última chacina cometida pela PM paulista, cujos responsáveis o governador de São Paulo se apressou em defender. Não é preciso comentar a bestialidade da prática, já corriqueira no Brasil, de invariavelmente só atirar para matar --frequentemente com mais de um tiro.

Além disso, a justificativa apresentada pelo governador tem pelo menos uma óbvia exceção. Um dos mortos foi o suposto estuprador de uma menor de idade, que acabava de ser julgado pelo "tribunal do crime" do PCC na chácara de Várzea Paulista. Ora, não faz sentido imaginar que os bandidos tivessem se esquecido de desarmar o réu Maciel Santana da Silva, que foi assassinado junto com os outros supostos resistentes.

Aliás, o "tribunal do crime" acabara de inocentar o acusado: o senso de justiça da bandidagem nesse caso está acima do da PM e do próprio governo do Estado. Maciel Santana morreu desarmado. E apesar da ausência total de marcas de tiros nos carros da PM, assim como de mortos e feridos do outro lado, o governador não se vexa de utilizar a mesma retórica covarde dos matadores da ditadura --"resistência seguida de morte", em versão atualizada: "Quem não reagiu está vivo".

CAMORRA

Ora, do ponto de vista do cidadão desprotegido, qual a diferença entre a lógica do tráfico, do PCC e da política de Segurança Pública do governo do Estado de São Paulo? Sabemos que, depois da onda de assassinatos de policiais a mando do PCC, em maio de 2006, 1.684 jovens foram executados na rua pela polícia, entre chacinas não justificadas e casos de "resistência seguida de morte", numa ação de vendeta que não faria vergonha à Camorra. Muitos corpos não foram até hoje entregues às famílias e jazem insepultos por aí, tal como aconteceu com jovens militantes de direitos humanos assassinados e desaparecidos no período militar.

Resistência seguida de morte, não: tortura seguida de ocultação do cadáver. O grupo das Mães de Maio, que há seis anos luta para saber o paradeiro de seus filhos, não tem com quem contar para se proteger das ameaças da própria polícia que deveria ajudá-las a investigar supostos abusos cometidos por uma suposta minoria de maus policiais. No total, a polícia matou 495 pessoas em 2006.
Desde janeiro deste ano, escreveu Rogério Gentile na Folha de 13/9, a PM da capital matou 170 pessoas, número 33% maior do que os assassinatos da mesma ordem em 2011. O crime organizado, por sua vez, executou 68 policiais. Quem está seguro nessa guerra onde as duas partes agem fora da lei?

ASSASSINATOS

A pesquisadora norte-americana Kathry Sikkink revelou que o Brasil foi o único país da América Latina em que o número de assassinatos cometidos pelas polícias militares aumentou, em vez de diminuir, depois do fim da ditadura civil-militar.

Mudou o perfil socioeconômico dos mortos, torturados e desaparecidos; diminuiu o poder das famílias em mobilizar autoridades para conseguir justiça. Mas a mortandade continua, e a sociedade brasileira descrê da democracia.

Hoje os supostos maus policiais talvez sejam minoria, e não seria difícil apurar suas responsabilidades se houvesse vontade política do governo. No caso do terrorismo de Estado praticado no período investigado pela Comissão da Verdade, mais importante do que revelar os já conhecidos nomes de agentes policiais que se entregaram à barbárie de torturar e assassinar prisioneiros indefesos, é fundamental que se consiga nomear toda a cadeia de mando acima deles.
Se a tortura aos oponentes da ditadura foi acobertada, quando não consentida ou ordenada por autoridades do governo, o que pensar das chacinas cometidas em plena democracia, quando governadores empenham sua autoridade para justificar assassinatos cometidos pela polícia sob seu comando?

Como confiar na seriedade da atual investigação, conduzida depois do veredicto do governador Alckmin, desde logo favorável à ação da polícia? Qual é a lisura que se pode esperar das investigações de graves violações de Direitos Humanos cometidas hoje por agentes do Estado, quando a eliminação sumária de supostos criminosos pelas PMs segue os mesmos procedimentos e goza da mesma impunidade das chacinas cometidas por quadrilhas de traficantes?

Não há grande diferença entre a crueldade praticada pelo tráfico contra seis meninos inocentes, no último domingo, no Rio, e a execução de nove homens na quarta, em São Paulo. O inquietante paralelismo entre as ações da polícia e dos bandidos põe a nu o desamparo de toda a população civil diante da violência que tanto pode vir dos bandidos quanto da polícia.

"Chame o ladrão", cantava o samba que Chico Buarque compôs sob o pseudônimo de Julinho da Adelaide. Hoje "os homens" não invadem mais as casas de cantores, professores e advogados, mas continuam a arrastar moradores "suspeitos" das favelas e das periferias para fora dos barracos ou a executar garotos reunidos para fumar um baseado nas esquinas das periferias das grandes cidades.

PELA CULATRA

Do ponto de vista da segurança pública, este tiro sai pela culatra. "Combater a violência com mais violência é como tentar emagrecer comendo açúcar", teria dito o grande psicanalista Hélio Pellegrino, morto em 1987.

E o que é mais grave: hoje, como antes, o Estado deixa de apurar tais crimes e, para evitar aborrecimentos, mente para a população. O que parece ser decidido em nome da segurança de todos produz o efeito contrário. O Estado, ao mentir, coloca-se acima do direito republicano à informação --portanto, contra os interesses da sociedade que pretende governar.

O Estado, ao mentir, perde legitimidade --quem acredita nas "rigorosas apurações" do governador de São Paulo? Quem já viu algum resultado confiável de uma delas? Pensem no abuso da violência policial durante a ação de despejo dos moradores do Pinheirinho... O Estado mente --e desampara os cidadãos, tornando a vida social mais insegura ao desmoralizar a lei. A quem recorrer, então?

A lei é simbólica e deve valer para todos, mas o papel das autoridades deveria ser o de sustentar, com sua transparência, a validade da lei. O Estado que pratica vendetas como uma Camorra destrói as condições de sua própria autoridade, que em consequência disso passará a depender de mais e mais violência para se sustentar.


Maria Rita Kehl é psicanalista e cronista. Recebeu o Prêmio Direitos Humanos do governo federal.
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O Desafio da Construção das Políticas Públicas de Juventude


Estamos a menos de 30 dias das eleições municipais, e nesses dois meses da Campanha Eleitoral, já pudemos ouvir e conhecer a Plataforma Eleitoral da grande maioria dos candidatos, principalmente a Prefeito. Mas algo está fora do lugar na ampla maioria das Cidades: é pouco debatida a temática das Políticas Públicas de Juventude (PPJ's), e quando ela é debatida, essa temática é confundida e resumida em apenas  esporte e lazer, sem compreender todo o universo que abrangem as PPJ's.

Os Gestores Públicos que vão assumir em 1º de janeiro de 2013, devem ter clareza sobre a importância das Políticas Públicas de Juventude, para que possam implementá-las em suas cidades. Ter comprometimento com parcela da sociedade que hoje representa um terço de nossa população. Sendo também a parcela da população mais vulnerável socialmente.

As PPJ's devem ser entendidas como instrumentos de inclusão social da juventude, elas têm como desafios e objetivos:  preparar o jovem para o mundo do trabalho;  promover uma vida saudável;  estimular a cidadania e a participação social; combater o analfabetismo e garantir o direito a Escola, ampliando o acesso ao ensino e a permanência em escolas de qualidade;  promover os direitos humanos e as políticas afirmativas;  democratizar o acesso ao esporte, ao lazer, à cultura e à tecnologia da informação.

O municípios devem seguir o exemplo do Governo Federal que desde 2005 compreende que a juventude é uma condição social e  os jovens são encarados como sujeitos de direito, a partir desta concepção os Municípios começam a criar, fomentar e fortalecer ações que garantam oportunidades para a juventude, fortalecendo seus direitos. Os municípios começam a planejar e executar uma política pública para esta camada social, quebrando uma lógica secular de afirmar que a juventude é o futuro, pois isso está errado, a juventude representa o presente, representa o agora.

Além disso os próximos Gestores Municipais devem ter o entendimento do que é juventude sem os “óculos sociais”, isso significa, sem preconceitos. É hora de ouvir o que o jovem pensa, o que eles querem e a partir daí criarmos um novo referencial para a sociedade e de sociedade. Devemos então identificar o jovem como sujeito participativo do processo politico e social da Cidade, compreender o seu papel e sua importância no desenvolvimento municipal.

Temos que tratar deste tema como um assunto transversal, afinal a construção da política pública de juventude se passa por diferentes demandas sociais, educação, saúde, esportes, habitação, segurança, etc. Assim no momento que o Gestor pretende encarar de frente esta questão ele deve entender que a PPJ não deve se limitar apenas a um espaço da Prefeitura, mas a uma Política Afirmativa da Cidade articulada entre todas as Secretarias Municipais.

A Construção das PPJ's passa pelo mapeamento da Juventude Municipal, dos Projetos que a Prefeitura já desenvolve para esse público e a criação de um Plano Municipal de Juventude discutido e debatido com toda a sociedade. Com isso é necessário criar um órgão gestor (Coordenadoria ou Secretaria) que possa integrar as demandas, ações, planos, enfim efetivar a construção dessa política diretamente. Devemos entender que o debate de PPJ no Brasil é muito novo, se iniciou de fato em 2005, aliás se iniciou tarde. A importância do Município estar articulado neste tema é justamente para compensar o quanto antes todo esse tempo que foi perdido para juventude. A partir desta articulação feita, o Município consegue abrir portas para a parcerias com o Governo Federal e Estadual, Empresas e Entidades do Terceiro Setor. Cria-se a oportunidade de se articular ações municipais que vão possibilitar mais oportunidades para o jovem da Cidade, oportunidades que na prática é a efetivação dos direitos desta camada social e o fortalecimento da cidadania da mesma.

Os avanços que conquistamos a nível federal devem ser agora também implementados nos Municípios do Brasil, com a renovação dos Governos Municipais a partir de janeiro, se faz o melhor momento para as Cidades que ainda não iniciaram  essa discussão e implantação de PPJ's, começarem a fazer isso a partir do primeiro dia de Governo delas.

Construir, fomentar e concretizar as Políticas Públicas de Juventude é um desafio que representa pensar no presente e no futuro da Cidade.

Marcello Barbosa é Estudante de Jornalismo, Blogueiro, Membro da Direção Nacional da Juventude do PT e do CONSEG de Itaquaquecetuba – SP.
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Basta ao Extermínio da Juventude!


No dia 08 de setembro seis jovens moradores da Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, foram aproveitar o sábado de sol em uma das cachoeiras da região. Na tarde de 10 de setembro os corpos do grupo de amigos foram encontrados às margens da Rodovia Presidente Dutra apresentando sinais de tortura.

Na tarde do mesmo dia 08 de setembro no Distrito Federal, o adolescente Ronald Ferreira de Barros de 15 anos estava sendo enforcado por seus colegas de quarto no antigo CAJE (Centro de Atendimento Juvenil Especializado). Este homicídio é o terceiro em 20 dias no interior da instituição, e é parte de uma “política” promovida por parte dos internos que relataram a Delegacia da Criança e do Adolescente, que cometerão assassinatos semanais para pressionar as autoridades a aplicarem penas mais brandas aos infratores.

O que há em comum entre os dois casos é o fato de jovens, negros e moradores da periferia estarem sendo exterminados, seja pelo Sistema Socioeducativo que apenas este ano já registrou 11 homicídios em seis estados da federação, seja pela violência disseminada em nossa sociedade, mas que apresenta sua face mais perversa para esse grupo.

De acordo com o Mapa da Violência 2011, as chances de um jovem negro entre 15 e 25 anos ser assassinado é 127% maior do que a de um branco na mesma faixa etária. O mesmo estudo também indica um aumento de mais de 340% na mortalidade de jovens nas últimas três décadas. Os dados são alarmantes e não nos permitem mais o silêncio e inércia.

A Juventude do PT se solidariza com as famílias das vítimas, se posiciona em prol da apuração das circunstâncias das mortes, e da construção de uma política de proteção à vida dos nossos jovens que seja perpassada por uma perspectiva de promoção dos direitos humanos, de combate à criminalização da juventude, e que enxergue em todos os jovens e em todos os cidadãos e cidadãs brasileiras, em conflito com a lei ou não, independente da cor e da classe social, como sujeitos de direitos e protagonistas de um novo paradigma de desenvolvimento nacional, garantindo a estes o direito à vida plena, liberta da categoria de "necessidade" e prenhe de possibilidades.


                                            Direção Nacional da Juventude do PT
                                   Coordenação Nacional de Direitos Humanos da JPT

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Nota do PT sobre a Colômbia


O Partido dos Trabalhadores saúda o recente anúncio do início de um diálogo entre o Governo colombiano e as organizações guerrilheiras do país em busca de um acordo de paz. Há anos acompanhamos as dificuldades que a Colômbia atravessa e sempre nos posicionamos a favor de uma saída negociada para este conflito, que dura décadas e tem como maior vítima a população em geral.

O modelo adotado pelos últimos governos colombianos, que inclusive permitiu a ingerência externa, só fez aumentar a violência e em nada contribuiu para a melhoria das condições de vida da população.

Exortamos a que o diálogo iniciado neste momento incorpore o mais brevemente possível todas as forças políticas de esquerda e progressistas colombianas, que sempre defenderam a negociação para por um fim à violência.

Acreditamos que somente esse diálogo amplo e aberto garantirá uma proposta capaz de obter o apoio de toda a população, que poderá ver assim suas reivindicações levadas em conta no processo de superação dos problemas geradores do conflito e, consequentemente, de instauração da paz.

Rechaçamos a reação da ultradireita colombiana, contrária ao diálogo, em desacordo com a maioria da população do país e de todo o continente.
Por fim, temos certeza de que um acordo de paz na Colômbia será uma conquista muito importante para toda a América Latina, e em especial aos países fronteiriços, abrindo caminho para que a América do Sul se firme como uma zona de paz no mundo, com nações plenamente livres e soberanas, conforme preconizado pela Unasul e Celac.

Rui Falcão
Presidente Nacional

Iole Ilíada
Secretária de Relações Internacionais

Partido dos Trabalhadores

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Abertas as inscrições do Prêmio Direitos Humanos 2012



A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) abriu as inscrições para sugestões ao Prêmio Direitos Humanos 2012 - 18ª Edição. O Prêmio consiste na mais alta condecoração do governo brasileiro a pessoas físicas ou jurídicas que desenvolvam ações de destaque na área dos Direitos Humanos.

As fichas de inscrição, deverão ser encaminhadas para o endereço eletrônico premio@sdh.gov.br até 30 de setembro de 2012. Os vencedores serão conhecidos em dezembro, mês em que é comemorada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para a seleção e a eleição dos agraciados são considerados critérios como o histórico de atuação na área dos direitos humanos, o desenvolvimento de ações relevantes e a implementação de práticas inovadoras em relação ao tema.
Confira aqui:
Conheça as categorias do Prêmio Direitos Humanos 2012 
I - Dorothy Stang: compreende a atuação na qualidade de Defensor de Direitos Humanos, conforme definição contida na Declaração sobre o Direito e o Dever dos Indivíduos, Grupos e Instituições de Promover e Proteger os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais Universalmente Reconhecidos, publicada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1998;
II - Educação em Direitos Humanos: compreende a atuação relativa à implementação dos princípios, objetivos e linhas de ação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos;
III - Mídia e Direitos Humanos: compreende a atuação de veículos de comunicação impressos, televisivos, eletrônicos, publicações na internet, entre outros, bem como de organizações não governamentais que buscam efetivar a promoção e defesa dos direitos humanos por meio da comunicação;
IV - Centros de Referência em Direitos Humanos: compreende a atuação voltada à viabilização, implementação e fortalecimento de Centros de Referência em Direitos Humanos, visando a atividades de humanização, emancipação do ser humano, transformação social e enfrentamento à pobreza;
V - Garantia dos Direitos da População em Situação de Rua: compreende a atuação na promoção e na defesa da cidadania e dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua;
VI - Enfrentamento à Violência: compreende a atuação relacionada à garantia do direito à segurança cidadã, bem como as ações de enfrentamento à violência institucional, ao crime organizado e às situações de violência e de maus-tratos a grupos sociais específicos;
VII - Enfrentamento à Tortura: compreende ações de enfrentamento e denúncia de tortura, bem como atividades de formação de agentes para a prevenção e combate à tortura, tendo como referência a Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos e Degradantes, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1984, bem como a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, que define os crimes de tortura no Brasil;
VIII - Direito à Memória e à Verdade: compreende o resgate à memória e à verdade no contexto da repressão política ocorrida no Brasil no período de 1946-1988, com vistas a promover a reflexão e a divulgação sobre a história brasileira, especialmente, sobre os fatos importantes ocorridos naquele período, bem como o cenário político cultural e seu importante papel na construção da sociedade brasileira e do pensamento atual, a fim de possibilitar à população o conhecimento da história recente do país e a construção de mecanismos de defesa dos Direitos Humanos;
IX - Diversidade Religiosa: compreende a atuação relacionada ao combate à intolerância religiosa, bem como ao respeito à diversidade e à liberdade religiosa, além das atuações relacionadas à promoção do diálogo e da paz entre as religiões;
X - Garantia dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT: compreende a atuação na promoção e na defesa da cidadania e dos Direitos Humanos da população LGBT;
XI - Santa Quitéria do Maranhão: compreende a atuação em prol da erradicação do subregistro de nascimento;
XII - Erradicação do Trabalho Escravo: compreende a atuação na erradicação ao trabalho escravo no país, em conformidade com o 2º Plano Nacional de Erradicação de Trabalho Escravo;
XIII - Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente: compreende a atuação relacionada à implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990;
XIV - Garantia dos Direitos da Pessoa Idosa: compreende a atuação relacionada à implementação do Estatuto do Idoso, instituído pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003; e
XV - Garantia dos Direitos das Pessoas com Deficiência: compreende a atuação em prol da equiparação de oportunidades, da inclusão social e da promoção e defesa dos direitos das pessoas com deficiência, em conformidade com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, incorporados à legislação brasileira pelo Decreto Legislativo nº 186, de 10 de julho de 2008, e pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009.
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Telefones: (55 61) 2025-7904 / 2025-7905
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