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Ana Rita quer homenagear Carlos Prestes no Senado


O senador constituinte (1946) Luiz Carlos Prestes poderá ter sua trajetória homenageada pelo Senado Federal. O Projeto de Resolução 36/2011, apresentado pela senadora Ana Rita (PT-ES) propõe mudar a denominação da “Ala Senador Filinto Müller”, rebatizando-a com o nome do líder comunista. A matéria tramita na Comissão de Educação

Filinto Muller foi a figura máxima do Integralismo, versão brasileira do fascismo, e entrou para a história como chefe da polícia política da Ditadura do estado Novo. Luiz Carlos Prestes, o “Cavaleiro da Esperança”, líder da marcha de insurgentes conhecida como a Coluna Prestes, foi preso junto com a mulher, Olga Benário, por sua participação no Levante Comunista de 1935. Ele passou 10 anos na cadeia. Olga, judia alemã, foi deportada para seu país de origem, onde foi executada pelo regime nazista no campo de concentração de Bernburg, em 1942.

O projeto de Ana Rita recebeu parecer contrário do relator, senador Benedito de Lira (PP-AL), segundo o qual a troca de nomes “abriria precedentes” para outras mudanças movidas por “oscilações políticas e as reavaliações”. A matéria, porém, conta com apoio expressivo na CE. “Só lamento não ter tido idéia, mesmo tendo tido um gabinete naquela ala durante oito anos”, afirmou Cristovam Buarque (PDT-DF).

Para Cristovam, o mérito da proposta de Ana Rita é reverter a “amnésia” representada pela manutenção do nome de Filinto Müller em um das alas do Senado. “Anistia não é amnésia”, afirmou o senador pedetista. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também manifestou apoio ao projeto. “A homenagem ao senador Luiz Carlos Prestes é indispensável. Mas especialmente indispensável é modificar o nome atual”.

A senadora baiana lembrou que a Europa pós-fascista retirou da vida pública todos os símbolos dos regimes totalitários. “A memória de Filinto Müller está profundamente ligadas à prática da tortura política ao pensamento nazi-fascista no Brasil.”. Randolfe Randolfe Rodrigues (PSol-AP) destacou que o nome de Müller “não combina com a democracia. Toda sua trajetória foi pautada em obstruir o símbolo da democracia, que é o Parlamento. Ele foi o notório torturador do regime do Estado Novo.”

A proposta de Ana Rita entrou na pauta da Comissão uma semana depois da instalação da Comissão da Verdade, destinada a apurar denúncias de abusos de direitos humanos durante o período do regime militar. Müller apoiou o regime, presidiu a Arena, partido da ditadura, e foi líder do governo no Senado até 1973, quando morreu em um acidente aéreo.

A matéria voltará à pauta da CE na próxima reunião da comissão.

Com informações da assessoria da senadora Ana Rita

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Nas Marchas da Maconha, #Legalize13




Nas Marchas da Maconha, #Legalize13


A política antidrogas, consagrada na América Latina a partir da doutrina do Departamento de Estado dos Estados Unidos, já se desmoralizou como um completo desastre. Desde que foi implementada, serviu para militarizar regiões estratégicas de biodiversidade, recursos hídricos, energia, matérias-primas minerais como a Amazônia, arruinar a economia camponesa diante do agrobusiness, criminalizar movimentos sociais, emparedar comunidades tradicionais, lotar cárceres de jovens pobres, negros e indígenas e não triscar em nada nos banqueiros, empresários e políticos associados em torno da lucrativa atividade de gerenciamento do narcotráfico e da lavagem de dinheiro dele proveniente.

Uma política que só serve à indústria bélica estadunidense, ao expansivo controle e monitoramento de áreas geográficas fundamentais do continente pelos EUA, à construção de um discurso de direita associado aos seus interesses e ao poderio e prosperidade econômica de suas empresas, nos mais variados ramos.


Atualmente, o foco central do combate às drogas está nos pequenos traficantes e, embora o mercado do tráfico de drogas seja um dos mais rentáveis do mundo, quem mais lucra com a proibição são os grandes narcotraficantes que continuam alimentando esse mercado clandestino e mantendo seu poder de influência que vai muito além do tráfico, basta ver que na Colômbia, ao final do governo de Álvaro Uribe, 2/3 do Congresso Nacional desse país estava sendo investigado por ter relações com o narcotráfico.


É preciso inverter a lógica de que o problema das drogas se resolve com aumento da repressão. Até hoje as políticas proibicionistas não se mostraram eficazes para reduzir o consumo das drogas e seus efeitos sociais. A maior arma de combate às drogas é a informação, o investimento em programas de redução de danos, a regulamentação dos locais de uso, da quantidade consumida em locais públicos, o controle de qualidade da mercadoria produzida, a fiscalização do cumprimento da legislação trabalhista nas unidades produtoras, a garantia de arrecadar impostos e investir em políticas preventivas e de recuperação dos usuários realmente viciados, como ocorre com o tabaco e o álcool, por exemplo, além de em políticas universais de saúde.

Legalizar o plantio, a produção, o comércio e o consumo da maconha é atingir diretamente a raiz do problema, porque assegura o controle do Estado e a fiscalização da sociedade sobre essa atividade econômica. Dessa maneira, desmontamos, por consequência, toda a rede criminosa que se articula pela produção e circulação ilegal das drogas. 

A maconha é uma planta milenar que faz parte da cultura de diversos povos. Registros históricos registram que a maconha já era utilizada na alimentação dos chineses há mais de 3 mil anos a.C. A Maconha não é utilizada apenas para fins recreativos, mas também na industria textil, na farmacêutica, e na de bio combustível.


Recentemente tivemos uma grande conquista, ao termos garantido pelo STF o direito de nos manifestarmos nas ruas defendendo a legalização na Marcha da Maconha!

A JPT não está de fora dessas mobilizações, acreditamos que é extremamente legitimo a juventude sair às ruas e defender uma mudança na atual política de drogas. Por isso defendemos:

- Legalização do plantio, do consumo e da comercialização da Maconha;
- Legalização do plantio caseiro para consumo individual;
- Livre permissão para o consumo caseiro, respeitada toda legislação que regulamenta crimes convencionais, etc.
- Plantio para fins comerciais;
- Investimento na pesquisa farmacêutica;
- Contra o internamento compulsório;
- Por uma política de redução de danos dos usuários de drogas como política de saúde de Estado;
- Ampla divulgação dos malefícios provocados pelo consumo de drogas, de forma democrática e científica e não amparada em preconceitos, religiosidade e informações unilaterais;
- Regulamentação, com participação social, dos espaços e quantidades de consumo em bares, cafés e congêneres;
- Rígido controle de qualidade, pela Anvisa e demais órgãos, da produção e circulação;
- Previsão legal de forte punição aos produtores e demais agentes econômicos empresariais que não estiverem em pleno cumprimento de suas responsabilidades trabalhistas e fiscais


Todas/os às Marchas!
#Legalize13


Direção Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores


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JPT convoca “Seminário: Desafio Geracional da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável”


A Juventude do Partido dos Trabalhadores é a maior juventude partidária da esquerda da América Latina, envolve cerca de 1.423.063 filiados distribuídos em todos os Estados brasileiros trabalhando na construção de um país mais justo e igualitário.
A JPT desde seu I Congresso em 2008 vem caminhando a passos largos com sua organicidade e mobilização para cumprir a tarefa de renovação geracional no PT e de conquista da sociedade com nosso projeto democrático, popular e socialista. Este ultimo período de 4 anos pra cá culminou na aprovação no 4º Congresso do PT de Resolução Política que reserva 20% das vagas nas direções municipais, estaduais e nacional para filiados com até 29 anos, o que possibilitará uma intensa renovação entre os dirigentes partidários de todos os níveis, abrindo espaço para que as novas gerações de lideranças possam assumir responsabilidades reais no comando do PT e mostrar a capacidade de pensar o desenvolvimento do Brasil, dos estados, das regiões e das cidades.
A conjuntura nacional do nosso Governo do PT que colocou o Brasil como 6ª economia mundial, a crise mundial do capitalismo e sua conseqüente crise ambiental, têm nos colocado constantemente novos desafios ao projeto de desenvolvimento democrático popular.
Precisamos interiorizar e disputar profundamente o modelo econômico e o sentido político ideológico deste projeto e em junho deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, teremos a oportunidade de participar ativamente de um momento sociopolítico que poderá ser histórico para o mundo, pois ocorrerá a Rio + 20 ‐ Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável e, paralelamente, a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, organizada pela sociedade civil. Serão sem dúvida eventos importantíssimos para o Brasil, considerando sua condição político econômica e de país anfitrião.
A Juventude do PT, para corresponder aos novos desafios geracionais e encaminhar resoluções de seu II Congresso e do partido, quer cumprir seu papel militante e vem através deste projeto convocar a militância, à Direção nacional e as instituições parceiras para participar do Seminário Desafio Geracional da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável, etapa de debate e elaboração política importante para a efetivação da Estratégia de Organização e Fortalecimento* da militância do PT para avançar nos temas prioritários sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento para agora e além deste momento histórico.
O Seminário acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de Junho de 2012 na cidade de Manaus no estado do Amazonas.
As inscrições poderão ser realizadas até o dia 30 de Maio.
Para se inscrever é necessário baixar o formulário abaixo em seguida preenchê-lo e envia-lo para o email seminariojpt@pt.org.br FICHA_DE_MEIO_AMBIENTE.doc
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Vitória: PT comemora aprovação da PEC que pune trabalho escravo no Brasil


Com muitos aplausos, carregando a bandeira do Brasil e cantando o Hino Nacional os parlamentares da bancada do PT comemoraram com entusiasmo, ainda no plenário da Câmara, a aprovação, em segundo turno,  da proposta de emenda à Constituição (PEC 438/01), conhecida como PEC do Trabalho Escravo, na noite desta terça-feira (22).
A PEC foi aprovada com o placar de 360 votos favoráveis, 29 contra e 25 abstenções. A proposta precisava de 308 votos para ser aprovado e agora segue para análise do Senado.
Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a aprovação da PEC significa uma vitória do Parlamento e uma demonstração de respeito à vontade da sociedade brasileira. “Ficou claro que a grande maioria dos deputados compreendeu o quanto é fundamental para o Brasil erradicar o trabalho escravo. É uma demonstração ao mundo de que o Brasil não comporta mais nenhum tipo de política que leve ao trabalho análogo à escravidão”, disse.
O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), que comandou intenso trabalho de articulação para a aprovação da proposta, comemorou a aprovação. “Foi uma demonstração de dignidade do Parlamento. O Brasil está no rumo certo no sentido de combater o trabalho escravo ou análogo e acabar com uma injustiça histórica”. O líder ressaltou ainda o placar expressivo de 360 votos favoráveis.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do Governo na Câmara, também elogiou a aprovação. “O trabalho escravo faz tudo aquilo que uma sociedade civilizada condena.  O crime tem de ser combatido com toda a força”, disse.
Regras
A PEC, aprovada em primeiro turno em 2004, determina a expropriação de terras onde for constatada exploração de trabalhadores em condições análogas à de escravidão. As terras serão destinadas à reforma agrária.
A primeira proposta de emenda à Constituição sobre o assunto foi apresentada em 1995, pelo ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), e, nestes 17 anos que o tema está na pauta do Legislativo contou sempre com o apoio incondicional e a luta dos parlamentares do PT.
(Gizele Benitz, site Liderança do PT)
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Artigo: Juventude, verdade e justiça


A instalação da Comissão da Verdade abre uma nova frente de luta para a juventude brasileira. Ao afirmar que “o Brasil e as novas gerações merecem a verdade”, a presidenta Dilma reforça uma dimensão fundamental desta luta, que é a importante participação dos jovens na efetivação do direito à memória, à verdade e à justiça no país.

O êxito dos trabalhos da comissão dependerá fundamentalmente da mobilização popular. A ampliação das lutas sociais pelo direito à verdade deve estimular a criação de comitês pela verdade e justiça nos estados, municípios e outras instâncias envolvidas com o tema. Deve apontar, ademais, para a retomada da luta pela punição dos agentes estatais e comandantes dos atos de tortura, assassinatos e desaparecimentos cometidos durante o período ditatorial.

Além disso, a juventude deve denunciar as tentativas de setores militares e veículos de comunicação que buscam descaracterizar o papel da Comissão, sugerindo a investigação dos “dois lados” e dos “crimes da esquerda”. Os trabalhos da comissão devem ser dotados de recursos e estrutura adequada para seu pleno funcionamento e focados sobre a violência praticada por agentes do Estado contra os que lutaram contra a ditadura civil-militar implantada no Brasil.

Enfrentar este tema é também denunciar a cultura de impunidade e violência herdada do período ditatorial e entranhada nas corporações policiais e militares ainda vigente no país, não raro vitimando os jovens com as armas do Estado. No Brasil, mais da metade da população carcerária é composta de jovens de 18 a 29 anos e de acordo com dados do Ministério da Saúde, do total de homicídios no país em 2010, 26.854 das vítimas eram jovens de 15 a 29 anos, ou seja, 53,5% do total. Destes, 74,6% eram negros.

A Comissão da Verdade chega com o atraso de anos de impunidade e como resultado da mobilização dos movimentos sociais, ativistas de direitos humanos, familiares de mortos e desaparecidos e também pela pressão e exigência de vários fóruns internacionais. Sua instalação – uma decisão acertada dos governos de Lula e Dilma - ocorre num contexto de mobilizações em vários estados do país, desde os “esculachos” contra os agentes da ditadura até manifestações em escolas, ruas e espaços públicos que envergonham a democracia homenageando ditadores e cúmplices do regime.

Uma das marcas dessas recentes mobilizações é a presença expressiva de jovens, sinalizando que para as novas gerações, o direito à memória e à verdade não se trata apenas de um olhar sobre o nosso passado, mas de uma condição necessária para que não esqueçamos o que aconteceu e que não se repitam as violências praticadas contra a liberdade e a democracia no presente e no futuro.

Afinal, são sobre os jovens as maiores tentativas de impor o esquecimento deste período histórico. Nascidos nos idos dos anos 1980, quando da transição pelo alto do regime ditatorial para a “nova república”, a atual geração de militantes sociais reconhece que lutar pelos direitos negados aos jovens que tombaram e foram vítimas da violência estatal de ontem, é garantir os direitos e a liberdade dos jovens de hoje.

Bruno Elias, coordenador de movimentos sociais da Juventude do PT

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Artigo: O sistema prisional brasileiro e suas contradições


Bruno Roger Ribeiro

“A prisão é sinistra, amarga e feia
dum velório tem pouca diferença
não conheço quem vai pedir licença
pra entrar no portão duma cadeia.
Só a noite depois que a lua alteia
aparecem sinais de claridade
uma sombra distante oculta a grade
limitando a visão do indeciso
um gota de pranto molha o riso
quando o preso recebe a liberdade”
(Lirinha, Tlank)
            Há que se problematizar uma ideia presente no imaginário popular que, associa os direitos humanos à defesa de bandidos. Esse equivoco provoca um desvirtuamento sumário de seu real sentido. Assim, os militantes e defensores dos direitos humanos são acusados de passarem as mãos na cabeça de “meliantes”. Trata-se de algo tão latente que existem campanhas funestas do tipo: direitos humanos para humanos direitos, ou mesmo, direitos humanos tem de valer apenas para honestos.
            Essa distorção conceitual não é um acaso, pelo contrário, encontra origem na intenção das classes dominantes em dificultar o acesso das classes dominadas aos seus direitos, perpetuando, dessa forma, a dominação. Para isso, basta pensar quem sofre com as violações dos direitos e, por outro lado, quem os violam. Nesse aspecto, a mídia não está isenta de responsabilidades, uma vez que também contribui para o fortalecimento desta ideia.

Na atualidade, a mídia possui profundas ligações com interesses políticos e econômicos, especialmente no Brasil. Essa tendência faz com que os meios de comunicação sejam não apenas transmissores de mensagens, mas também fomentadores de crenças, culturas e valores destinados a sustentar os interesses econômicos e políticos que representam. (…) Por isso, compreendemos a mídia como espaço de força e poder, capaz de atuar na formação da opinião pública e no desenvolvimento das pessoas.  (FANTAZZINI, 2008)

            Garantir que os apenados não tenham seus direitos violados é uma tarefa complexa. Muitos deles pertencem às classes sociais subalternizadas e, certamente, enfrentam penosas dificuldades ao longo da vida. Ademais, esta parcela da população sofre duras imposições sócio-econômicas, tendo seus direitos violados estrutural e sistematicamente, apresentando-se-lhes como vitimas proponentes da injustiça social.
            Cometer um crime não anula a condição de pessoa humana imanente à todo e qualquer individuo, porquanto, não deve implicar na perda dos direitos e garantias inerentes à preservação da dignidade. Outrossim, o que observamos é uma realidade distinta e lamuriosa que, funciona no sentido de reificar (desumanizar, tornar coisa) o condenado, transformando-o em um monstro caricato, alvo preferencial das manchetes dos jornais, cadernos policiais e noticiários adeptos do sensacionalismo.
            Lamentavelmente, alguns veículos de comunicação prestam um oneroso desserviço, na medida que atuam como meios difusores do medo, deixando a sociedade cada vez mais acuada e, conseguinte, severa em seus julgamentos. O que boa parte esquece é de que a própria esfera social, à qual todos pertencemos,  propicia o surgimento de indivíduos tidos como “monstros” rebelados.  O sistema capitalista, por sua vez, calcado na exploração da mão de obra, sobreposição das leis do mercado, especulação financeira e acumulo concentrado de riquezas, reproduz  e agudiza as desigualdades sociais, distanciando e excluindo expressivo contingente de pessoas das vias de acesso à uma vida digna.
             O modelo que vige a concepção do sistema prisional está sedimentado na ideia da reclusão como remédio para o controle social dos desvalidos. Conquanto, quais são os “clientes” contumazes da industria do crime? Por que existe uma coincidência entre a origem social e o percurso de vida tomado pelos presos? Será mera inobservância dos fatores casuísticos ou uma questão social comum que leva as pessoas mais pobres e despossuídas ao cárcere?
            Nesse aspecto, convém atentar para o que diz  Wacquant (2003, p.33):

(...) o meio milhão de reclusos que abarrotam as quase 3.300 casas de correção do país, e os 10 milhões que passam por seu portão a cada ano, são recrutados a cada ano prioritariamente nos setores mais deserdados da classe operária, e notadamente entre as famílias do sub proletariado de cor nas cidades profundamente abaladas pela transformação conjunta do trabalho assalariado e da proteção social. E, mostra, portanto, que reelaborando sua missão histórica, o encarceramento serve bem antes à regulação da miséria, quiça à sua perpetuação, e ao armazenamento dos refugos do mercado. (Wacquant, 2003, p.33).

            Partindo deste pressuposto, podemos considerar que o estabelecimento penal, tal qual o concebemos é, antes de tudo, um instrumento utilizado pelo sistema capitalista para controlar e armazenar as massas execráveis. Por outro lado, os impactos sociais da criminalidade incidem sobre todo o conjunto da sociedade, não afetam apenas os criminosos e seus familiares.
            Está firmado que como forma de controle da violência e do crime, o sistema de reclusão apresenta incomensuráveis fragilidades. Malgrado, ele se propõe à correção dos supostos desvios de caráter dos delinqüentes, entretanto não o consegue. Desse modo, não há como  alcançar a pretensa reintegração do aprisionado na sociedade. Se é que um dia ele foi integrado.
            Vale assumir que o sistema prisional brasileiro sofre de crises intermitentes. Ele funciona mais como uma fabrica de criminosos, do que propriamente um estabelecimento de cumprimento das penas e de socialização do condenado. Ao que parece, este é um entendimento comungado pela à opinião pública que, por ora, não confia no potencial de recuperação dos presos nos presídios brasileiros. Mas, ao mesmo tempo, defende as medidas de reclusão como saída para o combate à criminalidade.
            A ineficiência do sistema penal não é, contudo, uma característica somente do nosso país. As prisões mundo a fora também se demonstram ineficazes em seus métodos, buscando no endurecimento do trato ao preso e no aumento substancial da severidade das penas, um caminho que não corresponde aos objetivos lançados. Observemos, pois, que, enquanto o índice de reincidência dos presos brasileiros  atinge a marca dos 70%, a média mundial se aproxima  dos 80%. Ou seja, trata-se de um drama congênere da humanidade.
            Pensar que para solucionar os problemas relativos à segurança pública, basta erguer mais e mais casas de detenção, consiste em uma maneira simplista de abordar o fenômeno da violência nas sociedades e, porquanto, revela uma visão reducionista da situação. Atualmente, os principais dilemas do sistema prisional estão ligados às suas próprias contradições e à sua decretada falência estrutural. A exemplo, destacamos: a superlotação das celas, as condições precárias de sobrevivência, a ociosidade indulgente e a impunidade. Tais fatores somados à outras ocorrências de natureza similar, resultam  nas violações sistemáticas dos direitos humanos dos apenados.
            Quem conhece de perto uma prisão sabe que a realidade enfrentada pelos presos é degradante, em termos até degenerativa. Como bem recita o poeta Lirinha, “a prisão é sinistra, amarga e feia...”. Com efeito, a lógica que rege o sistema prisional não suscita, em nenhuma acepção, a dignidade da pessoa humana. Muito antes pelo contrário, bandido não é humano, adverte o senso-comum. Será este o caminho? Tratar o criminoso como um ser inumano, submetendo-lo às mais diversas formas de tortura e degeneração?
            Não se trata, contudo, de defender a impunidade. A compreensão é de que o agente transgressor, ou seja, a pessoa que cometeu algum tipo de crime, tem que assumir as conseqüências inerentes ao seu ato delituoso. No entanto, há que se considerar que os presos têm o direito de cumprir a pena em condições dignas, ao minimo, e serem tratados como pessoas, não escamoteados dejetos ao bel esculacho do Estado. Pois, dessa maneira, não se recupera ninguém. Todavia, estamos submersos  num grande e complexo emaranhado de confusões e contradições. Se, via de regra, a lei fosse cumprida na íntegra, certamente a realidade seria outra. A rigor, certifiquemo-nos do que diz a Lei Federal das Execuções Penais (LEP, 1984) em seu artigo primeiro:

A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentenças ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. (Leis das  execuções penais, nº 7.210, de11 de julho de 1984)

            Existem hoje no Brasil cerca de meio milhão de detentos. Algo próximo de 494.528, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2010. Nos últimos cinco anos houve um crescimento de 37% do numero de presos em nosso país. A despeito, sobre a população carcerária, 44% ainda são presos provisórios, ou seja, aguardam o julgamento de seus processos. Neste sentido, outro dado preocupante que o CNJ apresenta diz respeito à superlotação dos estabelecimentos prisionais no Brasil. A taxa de ocupação, nestes, é de 1,65 presos por vaga. Estamos atrás somente da Bolívia, que tem uma taxa de 1,66.
            Essa situação, entretanto, levou nosso país a ser denunciado em organismos internacionais. Segundo Timothy Ireland, representante da área educacional da UNESCO no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que a maioria dos presos é composta por jovens entre 18 e 34 anos, pobres, negros e com baixa escolaridade. São 73,83% do total da população carcerária. A ressaltar, mais da metade, cerca de 66%, não chegaram a concluir o ensino fundamental. Estudos do Ministério da Justiça revelam que o índice de reincidência no crime de ex-presos é de 70%. Nas prisões o índice de ociosidade (de internos sem nenhuma atividade) é de 72%.

            Desnudando as contradições

            Uma empreitada complexa, porém necessária, se quisermos compreender as nuances do sistema prisional brasileiro e suas fragilidades póstumas. A começar, salientamos a dimensão da impunidade como fator preponderante na geração da violência, dentro e fora dos presídios.
            Se a população carcerária é composta em sua maioria esmagadora pelos pobres, negros e deserdados, seria correto afirmar que os pertencentes às classes economicamente elevadas não cometem crimes? Evidentemente,  trata-se de uma questão relativa à aplicação da justiça. O sistema não pune com as mesmas mãos severas e incólumes à todos . Isto é percebido não só nos dados acerca do perfil dos presos, mas no dia-dia, com bastante nitidez.
            De acordo com a lógica de mercado, quem tem acesso ao meios de consumo, adquire não somente produtos de estética e roupas de marca, mas também consomem educação, saúde e justiça. Eis um efeito devastador do neoliberalismo. Para se ter acesso à justiça, é preciso ter informação sobre os seus direitos e, também, certo poder aquisitivo para comprar as horas de um advogado. Que não são baratas. E, mesmo para recorrer à defensoria publica, extremamente defasada, necessita-se de informação e muita perseverança.
            Nesse sentido, a sensação de impunidade, sem duvidas, motiva o crime. A inclinação para o consumo, a qual todos estamos sujeitos, considerando que a pessoa vale o que ela tem e não o que ela possui enquanto valores morais, também tendencia o sujeito excluso do mercado ao crime. Portanto, devemos atentar para os efeitos dessa perniciosa sobreposição do ter em relação ao ser. .
            Aqui, cabe mencionar, sobremaneira, a impunidade e a negligência que ocorrem dentro do próprio estabelecimento penal e que, por hora, causam uma horrenda confusão na cabeça do detento. A saber, o artigo 33 da Lei 11.343 de Agosto de 2006 prescreve como crime, dentre outros, “entregar ao consumo ou fornecer drogas”, sob pena de reclusão de 5 a 15 anos. Acontece que dentro dos presídios as drogas circulam normalmente, levadas inclusive pelos policiais e agentes que são pagos pelo Estado para garantir a “ordem” do estabelecimento.
            Outro exemplo: tomemos o artigo 155 do Código Penal, preso porque furtou. Nos presídios os furtos são comuns, quem faz qualquer compra, rouba no troco ou exige vantagens; quem recebe na carceragem as encomendas dos visitantes sempre dá um jeito de tirar alguma coisa. Geralmente, o produto do furto apreendido é dividido entre os policiais. De igual maneira, acontece com outros delitos criminalmente tipificados. Ao mesmo tempo que são as causas das prisões dos encarcerados, ocorrem com certa naturalidade dentro dos estabelecimentos prisionais.   Como afirma Mario Ottoboni, em seu livro “Ninguém é irrecuperável”, uma obra dedicada a difusão do método APAC:
                                  
Tudo isso provoca no preso uma enorme confusão no tocante ao certo e ao errado. É exatamente na soma dessas contradições que está a falência total do regime penitenciário brasileiro.  Por isso ocorrem rebeliões e fugas, porque o preso se cansa de ver apenas corrupção, violência e nenhuma perspectiva para o futuro. (OTTOBONI, 2001, p.25)

            Assim, torna-se quase impossível recuperar uma pessoa nesse ambiente de impunidades e crimes. O sistema traduz-se sob uma contínua farsa. A sociedade pensa que está segura e que a prisão consiste no remédio para o crime, ao passo que estes estabelecimentos, apresentam-se como verdadeiras fabricas de criminosos cada vez mais violentos e revoltados. Quem não se revoltaria estando submerso em tais condições de insalubridade, descaso e infindáveis contradições? Daí, a titulação das cadeias como eficientes “escolas do crime”.

Surge uma esperança

            No ano de 1972 foi fundada a primeira APAC (Associação de proteção e assistência aos condenados) em São José dos Campos, interior de São Paulo. Essa iniciativa ganhou personalidade jurídica em 15 de junho de 1974. Sua finalidade reside em desenvolver, no presídio, uma atividade relacionada com a recuperação do preso, suprindo a deficiência do Estado e, nessa área, atuando na qualidade de Órgão Auxiliar da Justiça e da Segurança na Execução da Pena, conforme averiguado em seu Estatuto Social. A APAC é, portanto, uma organização não-governamental, uma entidade civil de direito privado, tendo um estatuto padrão, adotado em todas as cidades onde se instalou.
            A  sua atuação tem contribuído enormemente para a recuperação dos presos. Ela inverte, substancialmente, as principais características e linhas de ação adotadas pelo sistema convencional. Na APAC o preso vira recuperando, e sua auto-imagem é reconstruída, através de um trabalho ardiloso de valorização humana. Ou seja, diferente da sistema penal usual, ela devolve ao criminoso sua essência humana, desenvolvendo novos valores e, sobretudo, incutindo na cabeça do detento uma nova perspectiva de vida.

A APAC considera os presos como reeducando, partindo do pressuposto de que todo ser humano é recuperável, desde que haja um tratamento adequado. Os princípios seguidos são os da individualização do tratamento; da redução da diferença entre a vida na prisão e a vida livre; da participação da família e da comunidade no processo de ressocialização; e de oferecimento de educação moral, assistência religiosa, alfabetização e formação profissional. (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 2002)

            Olhar para a frente, planejar o futuro e construí-lo cotidianamente, é uma necessidade candente de todo ser humano, sem a qual, não conseguimos viver. De tal maneira apenas transitamos de forma indiferente pela vida, sem, contanto, abusar da existencialidade profícua. Como bem lembra o poeta, “pior que a morte do homem é a morte de sua esperança”.
           
O fracasso do atual sistema penitenciário, se é que podemos chamá-lo de sistema, tem a idade do Brasil. O estado já provou exaustivamente que é incapaz de, sozinho, resolver o problema e acaba se colocando a serviço da violência e do crime.” (OTTOBONI, 2001)


            Os índices alcançados pelo método APAC são impressionantes. Para se ter uma ideia, neste sistema, a reincidência gira em torno de 7%, e os crimes cometidos pelos oriundos da APAC são mais brandos do que os cometidos anteriormente.  Diferente do sistema convencional, onde a reincidência se dá sempre com crime mais violento do que o registrado anteriormente. É inegável a eficácia do método. O custo da APAC é nada menos que 1/3 do que o Estado gasta para manter um preso no sistema convencional.
            Os recuperandos são tratados como gente humana. A dignidade é buscada na sua completude. A começar todos os recuperandos são identificados pelo nome, não mais são números e os apelidos pejorativos também são eliminados. Não existe superlotação na APAC, quanto menos ociosidade. A laborterapia é um eixo importante do processo de reintegração social do sujeito. As celas são coletivas, mas cada preso tem sua cama. Não existem algemas, agentes carcerários, policiais. O próprio preso toma conta dos seus companheiros, assim, desenvolve-se a autonomia e o senso de responsabilidade.
            Uma inovação típica da APAC é o Conselho de Sinceridade e Solidariedade (CSS). Por meio deste, os “detentos” discutem com a direção da APAC os principais problemas relativos ao comportamento dos demais presos e ao bom funcionamento do estabelecimento. As soluções são construídas coletivamente, buscando-se sempre o entendimento comum e o consenso. O conselho segue uma lógica representativa, portanto, os seus membros são escolhidos pelos próprios recuperandos. Tal como CSS, outra característica marcante das APAC`S consiste na alfabetização (facultativa) e na assistência religiosa.
            O método é composto por doze elementos fundamentais: participação da comunidade, integração da família – recuperando, trabalho voluntariado, ajuda mutua entre os recuperandos, trabalho dentro e fora da instituição, conquistas de beneficios por mérito, centro de reintegração social (CRS), jornada de libertação em Cristo, apoio e busca religiosa, assistência jurídica, valorização humana e assistência à saúde.
            Um sistema revolucionário que acredita na recuperação do ser humano. Os trabalhos na APAC são desenvolvidos por voluntários. Nela, são garantidos atendimento psicológico individual e coletivo, acompanhamento da execução da pena, por meio de um assessor jurídico, além de atendimento médico, dentista, dentre outros. O apoio da família é fundamental. E os presos, submetidos à uma rigorosa disciplina, são avaliados permanentemente, sendo premiados pela lógica do mérito. A cela mais limpa, o comportamento exemplar, etc., tudo isso se traduz em benefícios para o recuperando.
            Hoje, mais de cento e vinte entidades, com o mesmo Estatuto e Método, funcionam ou estão em fase de implementação em doze estados brasileiros e também no Exterior (Argentina, Equador, Coreia do Sul e Rússia). Este fato motivou, em junho de 1981, a fundação da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados), com a finalidade de congregar e unificar o Método, promovendo também congressos nacionais para estudos dos problemas que envolvem o cumprimento da pena no Brasil e fornecendo subsídios para aprimorar a legislação nacional na área da Execução Penal. 
            O STJ (2002) e Alves (2005) dizem que o índice de recuperação dos que se submetem ao método APAC é de 91%. Já nos modelos tradicionais o índice é de 15% de recuperação. E, segundo o STJ (2002), nunca foi registrada nenhuma rebelião nos presídios adotantes do método APAC.
            Temos, portanto, que buscar inspiração em experiencias como a APAC. Somente desta maneira, conseguiremos avistar alternativas possíveis para a difícil tarefa de eliminar as contradições do sistema penal convencional, caracterizado por sua ineficácia e condescendência inóspita com o crime.
           
Bruno Roger é Secretário de Juventude do PT de Minas Gerais, Coordenador de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos e Cidadania da Prefeitura de Contagem e militante do movimento Fora da Ordem.


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Carta Capital: A Veja quer censurar a internet


O jogo da velha, no caso, são as hashtags, antecedidas pelo sinal #, para destacar vozes numa multidão de internautas – bobagens em alguns casos, mobilizações, em outros.
Para quem diz defender com a própria vida a liberdade de expressão, é preocupante. Nas 16 páginas desperdiçadas na edição do fim-de-semana em que tenta se defender, a semanal da editora Abril deixou claro: para ela, a liberdade de expressão não é um valor absoluto. Tem dono – ela e o reduzido grupo de meios de comunicação que se auto-qualificam de “imprensa livre”. Livre de quem? No caso da Veja, certamente eles não tratavam do bicheiro Carlos Cachoeira, espécie de sócio na elaboração de pautas da publicação.
Getúlio Vargas valia-se da expressão “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. A revista, em sua peça de realismo fantástico disfarçada de “reportagem”, a reformula: “aos amigos tudo (inclusive o direito de caluniar, manipular e distorcer), aos inimigos a censura. Ou não é isso, ao desferir um golpe contra as manifestações livres na rede e sugerir uma “governança” na internet, que os editores do semanário propõem? Eles tem urticária só de ouvir falar em um debate sobre a regulação dos meios de comunicação. Mas pimenta nos olhos dos outros…
Na própria peça de defesa, Veja distorce. Não foi a revista que derrubou Fernando Collor de Melo. É uma mistificação que só a ignorância permite perpetuar. A famosa entrevista do irmão do ex-presidente não teria resultado em nada. O que derrubou Collor foi o depoimento do motorista Eriberto França, personagem descoberto pela rival IstoÉ, na ocasião dirigida por Mino Carta.
Em termos de desonestidade intelectual, Veja se superou. Ao misturar aranhas, robôs e comunistas, a semanal de Roberto Civita produziu um conto de terror B. Nem se vivo fosse o falecido cineasta norte-americano Ed Wood, famoso por suas produções mambembes, toparia filmar um roteiro parecido. Além de tudo, a argumentação cheira a mofo, tem o tom dos anos da Guerra Fria. Quem tem medo de comunistas a esta altura? Nem na China.
PS: a lanterna na capa do semanário mostra outra coisa: calou fundo na editora o apelido Skuromatic, a lâmpada que provoca a escuridão ao meio-dia, dado a Roberto Civita por jornalistas da antiga redação de Veja.
(Revista Carta Capital)
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Presidenta Dilma Rousseff anuncia integrantes da Comissão da Verdade


A presidenta Dilma Rousseff anunciou na noite desta quinta-feira (10) os nomes que vão compor a Comissão da Verdade. José Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Claudio Fontelles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e José Paulo Cavalcanti Filho aceitaram o convite da presidenta e farão parte da comissão. Leia a biografia dos integrantes da Comissão da Verdade.

Os nomes dos sete integrantes da comissão serão publicados na edição desta sexta-feira (11) do Diário Oficial da União. Eles serão empossados na próxima quarta-feira (16) às 11h no Palácio do Planalto. Dilma Roussef convidou para a posse dos integrantes da Comissão da Verdade os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, todos confirmaram presença na posse.

Fonte: Portal do Planalto
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Cinema e Direitos Humanos: Orquestra do Som Cego


Orquestra do Som Cego - Orquesta del Sonido Ciego
Lucas Gervilla
Brasil, 13 min., 2010, doc.
Um senhor vestindo calça preta, camisa branca e chapéu panamá, toca sanfona sentado num banquinho junto a uma parede azul na calçada, com parte de um painel de propaganda com o rosto de uma mulher loira ao lado. No canto direito da imagem, um pouco desfocada, detalhe de uma caixinha preta com botão vermelho presa a um postinho de ferro na calçada. Acima os dizeres : Aperte o botão.Dois sanfoneiros cegos, um filme mudo e um "decompositor" musical.

Dos acordeonistas ciegos en una película muda, y un "decompositor" musical. 


Ficha Técnica
Roteiro: Lucas Gervilla
Fotografia: Felipe Santiago
Edição: Lucas Gervilla
Empresa Produtora: Paleo TV 



Retirado do Site: http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2011/html/filmes.html

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Cinema e Direitos Humanos: Camponeses do Araguaia: A Guerrilha vista por dentro Documentário Completo


Camponeses do Araguaia - A Guerrilha Vista por Dentro
Campesinos del Araguaia - La Guerrilla Vista por Dentro
Vandré Fernandes
Brasil, 73 min., 2010, doc.
Sentado num banco rústico de madeira sob uma parede também de madeira, ambos pintados de verde claro, um senhor de aproximadamente 65 anos, de cabelos curtos e bigode grisalho, vestindo calça jeans e camisa listrada em tons de marrom, esta sentado sozinho com a pernas cruzadas e com a mão direita apoiada no banco.
Camponeses falam da amizade que travaram com os "paulistas" (militantes do PC do B) durante a Guerrilha do Araguaia (1972-1974), evidenciando que estes contavam com o apoio popular. Além da convivência com os guerrilheiros, a população local relembra o sofrimento pelo desaparecimento de familiares e amigos, as torturas cometidas pelo Exército brasileiro na região em um dos mais sangrentos e desconhecidos episódios do período da ditadura militar (1964-1985). O filme traz raras imagens da época, mostrando o treinamento do Exército na região, que escaparam da destruição de documentos do conflito empreendida pelos próprios militares. 


Campesinos hablan de la amistad que hicieron con los "paulistas" (militantes del Partido Comunista de Brasil - PC de B) durante la guerrilla del Araguaia (1972-1974), dejando claro que ellos contaban con el apoyo popular. Además de la convivencia con los guerrilleros, la población local recuerda el sufrimiento por la desaparición de familiares y amigos, las torturas cometidas por el Ejército brasileño en la región, en uno de los más sangrientos y desconocidos episodios del período de la dictadura militar (1964-1985). La película muestra algunas de las pocas imágenes de la época - como el entrenamiento del Ejército en la región - que escaparon de la destrucción de documentos del conflicto, realizada por los propios militares. 



Ficha Técnica
Roteiro: Vandré Fernandes
Fotografia Bruno Mitih
Edição: Rogério Zagallo
Empresa Produtora: Oka Comunicações 







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Ditadura Militar (1964-1985) Que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!

O período da ditadura militar no Brasil, compreendido entre 1964 e 1985, foi marcado por uma série de crimes contra os direitos humanos, cometidos por agentes do Estado e seus parceiros na sociedade civil. É fundamental que a história desse período não seja esquecida. A investigação dos acontecimentos desse período, bem como de crimes cometidos pelo Estado brasileiro é fundamental para que consigamos compreender de forma plena nossa história e a sociedade em que vivemos. Entretanto, além de lutar pelo nosso direito à Memória e à Verdade, é essencial a luta de todos pelo direito à Justiça.

Os jovens das décadas de 60 e 70, que lutaram pelo direito de todos à liberdade, resistindo bravamente aos governos militares foram presos, torturados, exilados, desapareceram ou foram mortos. Entretanto os torturadores do regime militar foram anistiados e seguiram suas vidas normalmente. Muitas ruas, avenidas e distintos locais públicos foram nomeadas em homenagem a esses ditadores. É em memória aos bravos jovens que lutaram pela liberdade e democracia do Brasil, que lutamos hoje para que a ditadura não seja esquecida e que a justiça seja feita.
A aprovação da Comissão Nacional da Verdade foi um marco histórico para o nosso país. Ela será o mecanismo de revelação dos crimes cometidos pelos agentes civis e governamentais durante a Ditadura Militar. Entretanto a Comissão da Verdade não terá poderes para levar os torturadores, sequestradores, estupradores do Regime Militar para o banco dos réus. Cabe a sociedade, principalmente a juventude, lutar para que o Direito à Justiça seja garantido. Além de revelar para todo mundo os locais de tortura e de moradia dos torturadores, que ainda estão vivos, é dever da juventude se colocar Fora da Ordem que vem mantendo os valores estabelecidos naquele período e garantindo a impunidade dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro e seus apoiadores até hoje.

Essa luta não é apenas de um grupo de indivíduos, mas sim de toda a sociedade brasileira para que a ditadura militar não seja esquecida e para que nunca mais aconteça.

Direito à Memória, à Verdade e à Justiça é o que nos compete.


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JPT divulga programação do VI Seminário da Juventude Negra 13

PROGRAMAÇÃO

QUINTA-FEIRA

Manhã

10h as 13h Chegada e acolhida das delegações. Chegada das delegações, Credenciamento e Acomodação.

14h00min Mesa de Abertura

Saudação aos participantes com as presenças:

• Secretário Nacional da JPT;
• Secretária Estadual da JPT;
• Diretora Nacional de Ações Afirmativas da JPT
• Presidente do PT da Bahia;
• Coordenador de Políticas de Juventude do Governo da Bahia;
• Secretária Nacional de Combate ao Racismo do PT
• FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO
• FES
• CONEN

15h00min

Painel 01

O PT, a Juventude Negra e a Questão Racial. Apresentação introdutória e profunda sobre a temática do Seminário com:

15h30min

DEBATE Espaço para discutir a conjuntura, baseado nas provocações e estímulos apresentados pelos painelistas.

16h30min – Mesa 01

Contribuição da militância negra na luta dos trabalhadores/as em nosso país e a Construção da Revolução Democrática.


Debate sobre os processos de luta e resistência dos negros/as na construção da identidade trabalhadora de nosso país.


17h 30min DEBATE Espaço para discutir a conjuntura, baseado nas provocações e estímulos apresentados pelos painelistas.

18h
A JN13 no fortalecimento das Políticas de Combate ao Racismo Momento onde serão apresentadas experiências de mecanismos de Combate ao Racismo.


19h30min – Jantar

20h30min
Atividade Cultural Espaço para manifestações culturais dos participantes.

SEXTA

08h00min – Café da Manhã

09h PAINEL 01

A JN13 e o enfrentamento à mortalidade da Juventude Negra. Debate sobre o Mapa da Violência 2012 e o Plano de Enfrentamento à Mortalidade da Juventude Negra da SNJ.


09h30min

DEBATE Participação e apresentação dos encaminhamentos.

10h20min

Lanche Poético Pausa para que seja feito um lanche com declamação de poesias entre os participantes

10h30min – Mesa 03
JN13 e o processo de organização Debate sobre funcionamento e dinâmica da JN13 até os dias de hoje.


11h

DEBATE Participação e apresentação dos encaminhamentos.

11:30 min

Painel 02

A JN13 e a Diretoria de Ações Afirmativas – perspectivas de uma nova JPT
Debate sobre qual o papel da JN13 junto à Pasta de Ações Afirmativas da JPT.


13h00min – Almoço

15h00min

Grupos de Trabalho:
• Agenda Política (Relação com o Movimento Negro e de Juventude e com os órgãos de igualdade racial e de juventude, SEPPIR, SNJ, FONAJUNE, CONJUVE, CNPIR, ENUNE etc)

• Organização da JN13: ( (Propostas para continuidade das ações, como seminários regionais e ou estaduais, campanhas, etc)

• JN13 e a Agenda Internacional (relação da JN13 com a juventude negra e de esquerda dos países)

• JN13 e Comunicação (Estratégias de comunicação, blog, redes sociais, visibilidade das ações)
Os GT’s terão o objetivo de Produzir conteúdos intelectuais e políticos, a partir do acúmulo de demandas provocadas com o Painel e as Mesas, e servirão de subsídios para o documento final, a partir das propostas aprovadas nos GT’s.


17h Debate sobre Comunidades Tradicionais

18h

Papo Nagô: Mulheres Negras e Relação de Poder Espaço onde uma mulher histórica do movimento negro apresente a discussão de Gênero, Relação de Poder e o PT.


19h30min – Jantar

21h00min

Ato-Show em Defesa da Vida da Juventude Negra Ato com apresentação de grupos de expressão da cultura negra, com manifestações políticas denunciando as agressões de extermínio sofridas pela juventude negra.

SÁBADO

08h00min – Café da Manhã

09h00min

PAPO GRIOT




Espaço onde dois Griot’s {um homem e uma mulher} históricos do Movimento Negro abordam sobre “Lutas e Resistências da Nossa História”



10h

Táticas e Estratégias de Empoderamento da JN13 Debaterá empoderamento e preparação para participação em espaços de tomada de decisões

10h30min

DEBATE

11h

Apresentação dos resultados dos GT’s e Encerramento Apresentação das propostas dos GT’s para serem sistematizadas e transformadas nas resoluções do Seminário (momento onde iremos delegar os (as) responsáveis pelas ações e encerramento (avaliação)


13h00min – Wajeum Significa “almoço” no idioma Iorubá

14h00min
retorno das delegações às suas cidades/ESTADOS
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Para que Não Esqueçamos, Para que Jamais se Repita


No último dia 01 de abril de 2012, reunimos a executiva nacional da Juventude do PT, uma atividade de caráter ordinário, mas que só é possível porque muitos outros dedicaram sua juventude e entregaram suas vidas pelo mais básico de todos os ideais, a liberdade.

Há 48 anos instaurava-se no Brasil um dos mais tenebrosos períodos de nossa história, uma ditadura civil-militar que perseguiu, torturou e assassinou aqueles que discordavam de seus desmandos, que lutavam por uma sociedade igualitária e democrática. Muitos tombaram, mas não em vão. A democracia foi restabelecida no Brasil, conseguimos construir uma Constituição avançada, anos depois levar um trabalhador a presidência da república e recentemente uma mulher que não teve medo de fazer parte dessa luta e ainda menos de resgatar com orgulho seu passado quando durante a campanha presidencial forças conservadoras tentaram transformar uma guerreira em criminosa diante do eleitorado.

Muitas conquistas já foram alcançadas, mas os desafios ainda são enormes. Aprovamos a lei que cria a Comissão da Verdade, mas até o momento seus membros não foram indicados e a Comissão possui um caráter ainda limitado no que se refere às nossas demandas. Queremos o resgate da nossa história, que aqueles que cometeram as atrocidades empreendidas pelo Estado brasileiro sejam identificados e punidos.

A Direção Nacional da JPT referenda e parabeniza a participação de nossos companheiros e companheiras nas manifestações pela Memória e a Verdade, ressaltando as atividades ocorridas esta semana em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo a JPT, juntamente com o Levante Popular da Juventude, foi às ruas demonstrar que não podemos mais aceitar que signos relacionados à ditadura sigam sendo homenageados. Foi realizada uma ação direta que trocou os nomes das placas relacionadas a atores ou eventos políticos do período por nomes de companheiros que foram perseguidos e assassinados pela repressão. No Rio de Janeiro a JPT, juntamente como demais juventudes partidárias e movimentos sociais de esquerda, fizeram um ato contra a comemoração do Golpe de 64 organizada pelo Clube Militar.

Repudiamos a atitude da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que cometeu uma série de abusos contra os manifestantes, agindo de forma truculenta contra jovens que demonstravam pacificamente sua indignação à comemoração dos golpistas. Ações como estas demonstram como o autoritarismo ainda está enraizado em nossa sociedade e reforçam a necessidade de mobilização constante para que possamos viver em uma sociedade plenamente democrática.

Para ser coerente com a História de participação da juventude brasileira na luta por grandes causas como “O Petróleo é Nosso”, “As Diretas Já” e tantas outras, é imprescindível a esta abraçar a campanha pela abertura dos arquivos da ditadura e o julgamento dos torturadores com  a revisão da Lei da Anistia. Isso seria, inclusive, um grande ato de justiça da atual geração para com as que a antecederam e lutaram para o Brasil ser um país aberto em possibilidades como é hoje em dia. Para além da justiça, que nada tem a ver com "revanchismo", é assim que extirparemos os resquícios autoritários presentes ainda presentes em parcela da população.

Todo jovem deste país deve saber o que foi, para que, quem e como foi. se envergonhar deste período e repudiar qualquer menção positiva, amenizadora ou que tome como exemplo político a ditadura. Temos a chance de promover a efetiva reconciliação da nação através da atual geração,  semeando os valores e representações democráticas.

Nesse sentido a Direção Nacional da JPT convoca os jovens petistas para uma intensa mobilização na luta pela Comissão da Verdade, pela abertura de todos os arquivos da ditadura e contra a repressão.

Direção Nacional da Juventude do PT
Coordenação Nacional de Direitos Humanos da JPT
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